quinta-feira, 25 de março de 2010

Maceió: Escola Estadual Tavares Bastos é destaque em revista nacional que aborda a educação pública.

Unidade de ensino oferta atendimento especializado há cerca de 30 anos


O bem-sucedido atendimento especializado a surdos ofertado pela Escola Estadual Tavares Bastos há três décadas ganhou notoriedade nacional na revista Escola Pública, publicação bimensal destinada a mantenedores, educadores e interessados em educação. A unidade foi fundada em 1932. Desde 2003 as pessoas com necessidades especiais estão estudando nas salas de ensino regular.
A escola, localizada na Praça do Centenário, Farol, possui 26 intérpretes que trabalham nos horários da manhã, tarde e noite. Ao todo, são 1.381 alunos. Deste montante, cerca de 300 são surdos. Lá, também são atendidos os alunos surdo-autistas, hiperativos e com necessidades físicas e mentais. A escola oferece Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A diretora geral da Tavares Bastos, professora Rosa Maria Lemos Barbosa, destaca que no início de cada ano letivo é desenvolvido um macroprojeto que tem como base a campanha da fraternidade. “Este ano iremos trabalhar a questão da economia e da vida. Geralmente, nossos temas estão embasados em ética, cidadania, justiça e solidariedade”, informa.
A gestora enfatiza que a língua portuguesa precisa ser a segunda língua dos surdos. Ela acrescenta que a língua materna deles deve ser a Libras; sem ela o surdo não entende nada. “Sinto-me orgulhosa em ver a escola é um dos exemplos citados pela revista Escola Pública. Temos lutado bastante para promover a inclusão. Esta reportagem mostra à sociedade que existem espaços que promovem inclusão e nós somos um deles”, frisa.
Já Thâmara Lima Brandão Carnaúba, diretora adjunta e coordenadora de Educação Especial da escola, considera que enquanto professora percebe que os demais colegas de profissão enxergam os surdos como cidadãos que merecem uma educação igual àquela que é oferecida ao aluno ouvinte. “A realização de um concurso público para intérpretes facilitaria e muito o nosso trabalho. Os profissionais que atuam conosco são contratados. Sabemos das dificuldades do Estado. Entretanto, entendemos que é necessário continuar promovendo inclusão”, relata.
Thaís Estefane, 16 anos, aluna surda do 1º ano do Ensino Médio, diz que estudar na Tavares Bastos mudou a vida dela. “As pessoas aqui são muito boas. A experiência de estar aqui é fantástica. No futuro, pretendo ser médica veterinária. No passado, era difícil me relacionar com as pessoas. Agora, isso mudou. Sinto-me muito feliz”, revela.
Jéssica Nobre Cedrim, 17 anos, aluna surda também do 1º ano do Ensino Médio, confessa que gosta da parceria que conseguiu estabelecer com os colegas da escola. “Meu convívio com os professores é ótimo. Eles ensinam bem e isso ajuda a clarear meus pensamentos. Pretendo ser dentista. Acho que esta profissão combina comigo”, reconhece.
Márcia Cristina Félix de Lima, educanda surda, explica que quando tomou noção que era uma pessoa com necessidade especial descobriu que iria precisar enfrentar muitas dificuldades. “Entretanto, não desisti. Adoro dançar e tenho muita afinidade com a disciplina de português. Prefiro namorar pessoas surdas. Ainda não defini o que pretendo cursar na universidade”, comenta.
Leoni Oliveira Bernardo, 12 anos, aluno ouvinte do 9º ano, admite que a Tavares Bastos é um lugar muito bom para aprender. “Já consigo falar um pouco com alunos surdos. Nosso convívio é muito tranquilo. A disciplina que mais gosto é a matemática”, assinala.

http://www.educacao.al.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/escola-estadual-tavares-bastos-e-destaque-em-revista-nacional-que-aborda-a-educacao-publica/

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