segunda-feira, 7 de junho de 2010

Associação de Campo Alegre realiza encontro sobre deficiência.



A Associação de Deficientes Físicos de Campo Alegre realizou, na última sexta (04/06/10), o 1º Encontro Municipal de Pessoas com Deficiência. Sob a coordenação da Federação de Entidades de Pessoas com Deficiência Física de Alagoas (Fedefal), o encontro, realizado na Escola Miguel Matias, teve como objetivo discutir as políticas públicas na busca pelos direitos das pessoas com deficiência.


O presidente da Fedefal, João Ferreira, parabenizou a iniciativa da associação de Campo Alegre e os incentivou a promover sempre eventos que tragam informações a população com deficiência do município. A vereadora Rosinha da Adefal, sempre presente e participativa nas ações da Fedefal, proferiu palestra sobre Controle Social e Criação do Conselho da Pessoa com Deficiência.
 
http://www.rosinhadaadefal.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=274:associacao-de-campo-alegre-realiza-encontro-sobre-deficiencia&catid=34:ultimas-noticias

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Deficientes: exclusão e preconceito.


Na tarde em que vi uma mulher cair feio após enganchar o salto de seu sapato num daqueles buracos triangulares do calçadão do centro de Maceió, me veio o seguinte pensamento: “Obstáculos como esse são ainda mais terríveis para um deficiente físico!”


Enquanto – machucada e envergonhada – a pobre senhora se levantava, ouvi de um lojista das imediações que acidentes como esse são frequentes e que as vítimas são – em maioria – idosos, mulheres e deficientes.

Alguns comerciantes tiveram a iniciativa cidadã de colocar perto de suas lojas tapetes sobre os criminosos buracos de escoamento, que deveriam estar protegidos com grades para garantir segurança aos pedestres.

Portadores de deficiência são submetidos a uma maratona de barreiras desumanas em cidades administradas por irresponsáveis e incompetentes, que priorizam superfaturamentos em detrimento de benfeitorias sociais. Desonestos gerenciadores do erário público preferem desviar recursos para seus bolsos em vez de incorporar às obras os acessórios indispensáveis às pessoas com dificuldade de locomoção, audição e visão.

O deficiente visual, – principalmente portador de cegueira – enfrenta um turbilhão para “driblar” buracos das calçadas e atravessar ruas sem sinalização adequada. Para piorar, raras vezes o deficiente encontra a solidariedade das pessoas; a maioria prefere fingir que não viu para não ajudar o necessitado.

O “cadeirante” – assim chamado o usuário de cadeira de rodas – depara-se com imensos dilemas quando precisa subir ou descer degraus, entrar ou sair dos ônibus e enfrentar uma série de dificuldades absurdas que tornam ainda mais penosa a sua já angustiante condição. Em Maceió, é desprezível a quantidade de ônibus que dispõem de adaptações para deficientes!

O drama seria maior não fosse a atuação de entidades como a Adefal (Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas), que, mobilizando a comunidade, tem conquistado avanços nas políticas públicas em defesa da pessoa com deficiência. Porém, o dever do Estado – que é garantir acessibilidade aos deficientes – está longe de ser cumprido. Entre as medidas indispensáveis que deixam de ser feitas em prol dessa expressiva parcela de socialmente excluídos está a ampliação das oportunidades no mercado de trabalho e acesso ao ensino e à saúde.

Entre suas reivindicações, os portadores de deficiência querem acesso para pessoas com restrição de mobilidade aos sistemas de transportes, equipamentos urbanos e a circulação em áreas públicas. São prerrogativas que devem ser cumpridas pelos governos municipais e estaduais. Mesmo porque a Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana dispõe do programa de Mobilidade urbana Sustentável, aprovado pela Conferência Nacional das Cidades.

O preconceito de pessoas insensíveis é outro obstáculo para os deficientes. Essa gente, que torna ainda mais amarga a difícil vida de quem necessita de cuidados especiais, precisa enfiar no escasso cérebro a informação de que qualquer um de nós pode se tornar um deficiente físico, que um casal saudável pode gerar um filho com problemas físicos ou psíquicos.

Cresce enquanto humano, enquanto cidadão, quem dá sua parcela de contribuição, a exemplo do que fez o novelista Manoel Carlos em “Viver a vida”, no combate a esse preconceito tão cruel.

Portanto, as medidas pleiteadas pelos portadores de deficiência interessam diretamente a todos, sem excessão. Acho que os “não deficientes” precisam interagir cada vez mais com os deficientes para combater com mais eficácia a exclusão que tem presença mais marcante nas cidades gerenciadas por quem não está “nem aí” para as questões sociais.

http://tudoglobal.com/pompeexpressao/15503/deficientes-exclusao-e-preconceito.html