quarta-feira, 7 de abril de 2010

Seminário visa aumentar número de intérpretes em Alagoas.


Foi aberto nesta segunda-feira, 5, no Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS/AL), situado na Rua Ernesto Maranhão, s/n, Jatiúca, ao lado da Escola Estadual Rosalvo Lobo, o seminário o ‘Intérprete de Libras em Alagoas’, ministrado pelo professor Paulo André de Bulhões, vice-presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis).

O seminário é parte integrante do Curso de Formação de Tradutores/Intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que está sendo oferecido pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) desde agosto do ano passado.
Segundo a gerente de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, Joelina Alves Cerqueira, o curso de intérpretes será finalizado nesta sexta-feira, 9, e este seminário serviu para que os participantes do curso fossem avaliados. “Um dos objetivos da secretaria é capacitar o maior número de pessoas possíveis. Este curso serve também para diplomar aquelas pessoas que têm a prática de intérprete e não tinham certificação”, assegurou.
Joelina acrescentou também que a carência do Estado hoje é de cerca de 150 intérpretes de Libras. “O diferencial da educação de Alagoas é que os intérpretes estão inseridos nas salas de aula. Nos demais Estados esses profissionais estão apenas nas escolas. A comunidade com necessidades especiais está relativamente satisfeita”, garantiu.
Para Paulo André de Bulhões, a intenção do curso é estimular e capacitar novos intérpretes em Alagoas. “Já tinha vindo a Alagoas outras vezes. Agora, percebo que o nível dos intérpretes aumentou consideravelmente”, disse. Bulhões evidenciou que, até sexta-feira, irá ministrar oficinas onde serão abordados temas como gramática, classificadores e estrutura sintática de Libras.
Radjalma Teixeira, professor do curso e intérprete de Libras, informou que a grande dificuldade que o intérprete enfrenta é para transformar a primeira língua, no caso, a portuguesa, em uma língua diferente. “Tradução não é transposição. É preciso um vocabulário bem amplo”, destacou.
Thiago Vieira, intérprete da Escola Estadual Paulo Sarmento, em União dos Palmares, relatou que há um entrosamento muito bom entre intérpretes e professores nas salas de aula. “Atualmente, os professores utilizam muitos recursos visuais para facilitar o aprendizado dos alunos com necessidades especiais”, enfatizou.
O Curso de Formação de Tradutores/Intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) acontece em parceria com o Centro de Atendimento às pessoas com Surdez (CAS/AL), em observância ao que determina o Decreto nº. 5.625/2005, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como língua de instrução e comunicação da comunidade surda brasileira.
Os participantes estão adquirindo conhecimentos teóricos e práticos sobre visões de surdez, língua e linguagem, cultura e identidade surda, história da educação do surdo e das línguas de sinais, surdo cegueira, estudos de tradução, aspectos legais e éticos do profissional intérprete, o intérprete na escola regular, a produção textual do surdo, gramática comparativa (Libras x Língua Portuguesa), relações interpessoais, corpo e corporeidade, abordagem prática da gramática de Libras, interpretação sinal/voz e voz/sinal, saúde vocal e corporal.



http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/index.asp?vEditoria=Educação&vCod=83071

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